E por onde anda o prazer?
O sexo é uma das bases principais de uma conexão amorosa saudável.
Para a mulher, a relação com o prazer pode encontrar barreiras desde as suas primeiras fases da vida. Muitas estão desconectadas dele e de seus corpos por uma pressão histórica, social e cultural e muitas apresentam dificuldades de atingir o orgasmo e nem sabem que essa dificuldade pode ser uma disfunção sexual.
Quando as mulheres não estão conscientes de sua história pessoal,
transferem o que viveram aos parceiros, como: Medos, raiva, carência afetiva,
inseguranças pessoais, que atrapalham sua entrega ao prazer durante a relação.
Neste caso, a identificação com o corpo e sua aceitação necessita
ser trabalhada em um processo terapêutico.
Sendo assim, cada mulher sabe a história que carrega, os seus traumas, a baixa autoestima e as dores emocionais.
Durante o caminho terapêutico, o que é mais notável é certamente uma cisão emocional, advinda de uma educação repressora na qual tem como foco o cuidado com o outro.
A
sexualidade jamais será possível em nenhuma fase da vida, sem uma identificação
plena com o próprio corpo.
Perceba
que o comportamento sexual não pode ser dissociado da personalidade da pessoa,
pois ela é uma manifestação de suas vivências sexuais, da mesma forma que o
comportamento sexual reflete sua personalidade.
Por esse motivo, a plena realização sexual resulta de
um modo de viver, auxiliando a experiência de uma personalidade madura.
Deve-se considerar aspectos emocionais, psicossomáticos,
intelectuais e sociais em pacientes com essa queixa, sendo que, no contato com
essas questões individuais, um bom terapeuta precisa primeiramente trabalhar a
sexualidade pessoal, entendendo sua história e as marcas deixadas, ajudando na
ressignificação de novos hábitos com o próprio corpo e o próprio prazer, bem
como o despertar amoroso para consigo mesma.
A importância de um paciente entender que o fato de não conseguir
alcançar orgasmos, não a faz ser menos.
Ao contrário, é a confiança em seu corpo, o conhecimento de seu prazer, o desapego de convicções e culpas, a valorização de sua sensualidade, a plenitude de ser ela mesma que lhe dão a estrutura que ela pode deixar na relação sexual, para que se possa viver o prazer sem cobranças internas.
Fique bem
Psicóloga Carine Claro
CRP 08/20789
REFERÊNCIAS:
REICH, W.
A função do orgasmo. São Paulo: Brasiliense, 1975
VOLPI,
S. M. A sexualidade e sua função integradora do self: uma visão da Análise
Bioenergética. In: VOLPI, J. H.; VOLPI, S. M. (Org.). Anais. 13º CONGRESSO
BRASILEIRO
DE PSICOTERAPIAS CORPORAIS. Curitiba/PR. Centro Reichiano, 2008. Disponível em:
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