Alertas sobre suicídio

Durante e após a pandemia do Covid-19, a atenção aos aspectos da saúde mental precisou e ainda precisa, ser repensada e intensificada. 

 

Afinal, tanto homens quanto mulheres tiveram um aumento significativo da ansiedade e da depressão, em grande parte decorrentes do medo e da angústia do momento, envolvendo a própria saúdea saúde dos entes queridos, o trabalho, dentre outras razões.

 

Para muitos, a saúde mental por muito tempo significou apenas a ausência de qualquer doença. 

 

O cuidado e a prevenção ainda precisam ser considerados, pois muitas pessoas em sofrimento mental não procuram ajuda especializada imediatamente por preconceito ou falta de conhecimento. 

 

Isso significa que há uma falta de conscientização sobre a importância do diagnóstico o mais precoce possível para obter melhores resultados.

 

O consumo de álcool e substâncias psicoativas durante a infância e adolescência possuem relação direta com casos de suicídio entre jovens, segundo Antônio Geraldo da Silva, psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.

 

“O abuso de álcool e outras drogas funciona atuando no ponto desencadeador do suicídio, que é a doença mental chamada depressão, ou seja, os transtornos afetivos. Esse fator representa de 36% a 37% da população que cometeu suicídio”.

 

A restrição do sono também é um fator relevante para a manutenção da saúde mental de modo geral, mas principalmente quando relacionada a crianças, adolescentes e o desenvolvimento infanto-juvenil.

 

QUANDO FICAR ALERTA:

 

De modo geral, transtornos mentais são caracterizados por mudanças no padrão de comportamento que trazem prejuízos nas atividades diárias.

 

Quando o indivíduo muda suas condutas e isso passa a prejudicá-lo, seja no trabalho, na vida social, na vida escolar ou em qualquer outro âmbito, essas alterações devem servir de alerta.

 

Entre as crianças e adolescentes, os pais precisam ficar atentos aos seguintes sinais:

·         Mudanças na rotina do sono (insônia ou alteração de horários para dormir e acordar);

·         Isolamento da família e do contato social de forma repentina;

·         Comentários como “eu prefiro morrer do que passar por isso”;

·         Uso de roupas de mangas longas, mesmo quando está calor, comportamento que pode indicar marcas de automutilação nos braços ou antebraços;

·         Diminuição do rendimento escolar.

 

Em geral, as recomendações de cuidados de saúde mental para homens e mulheres são as mesmas:

– Cuidar da autoestima;

– Desenvolver resiliência emocional, de forma a ser capaz de contornar situações adversas;

– Pensar de maneira positiva;

– Desenvolver habilidades de gerenciamento do estresse e desenvolvimento do autocontrole;

– Realizar atividades físicas regularmente;

– Dormir bem;

– Reservar um tempo para o autocuidado e para o lazer;

– Buscar a realização pessoal e profissional;

– Afastar-se de relacionamentos tóxicos e abusivos;

– Ter apoio da família;

– Buscar ajuda, se necessário, com profissionais capacitados como psiquiatras e psicólogos.

 

É importante reconhecer quando você está passando por sofrimento mental para buscar apoio adequado. Todos nós precisamos ampliar nossos conhecimentos sobre o tema e criar oportunidades de diálogo com as pessoas próximas.

 

SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza atendimento para pessoas em sofrimento psíquico por meio dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).

 

A Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada para o cuidado e desempenha papel fundamental na abordagem dos Transtornos Mentais, principalmente os leves e moderados, não só por sua capilaridade, como também por conhecer a população, o território e os determinantes sociais que interferem nas mudanças comportamentais, dispondo de melhores condições para apoiar o cuidado.

 

Diferentes níveis de complexidade compõem o cuidado, sendo os CAPS - Centro de Atenção Psicossocial, em suas diferentes modalidades, pontos de atenção estratégicos da RAPS. Serviços de saúde de caráter aberto e comunitário, constituído por equipe multiprofissional e que atua sobre a ótica interdisciplinar, podem ser encontrados.

 

O apoio psicológico permitirá expressar e explorar as causas dos problemas e ansiedades, encontrar soluções para o desconforto e sofrimento. Um psiquiatra atuará no diagnóstico e tratamento de transtornos mentais: depressão, ansiedade e outros mais delicados, como psicoses e algumas síndromes.

 

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2018/setembro/novos-dados-reforcam-a-importancia-da-prevencao-do-suicidio 


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